terça-feira, 23 de abril de 2024

sábado, 20 de abril de 2024

"The Blair Witch project"










Para alguém que sente uma enorme angústia em Sintra pela sua escuridão (a gente querendo corta aquele ar à faca), pior do que vaguear perdida de carro, será com certeza deambular sozinha a pé. Chiça penico.

Tirando isto, a casa do Fauno, perto de Seteais, é muito agradável.

terça-feira, 16 de abril de 2024

DARK MATTER

O PJM diz que quando se ouve música não se faz mais. Tem razão. Os Pearl Jam, hoje, proporcionaram em várias cidades do mundo a possibilidade de ouvirmos de antemão o novo álbum. E eu que antes gozava com as fãs dos Beatles, nos filmes a preto e branco, em que incompreensivelmente se esgadanhavam à sua passagem, humildemente me retracto. Isto, para mim, teve algo de místico. Pois que chorei, vibrei, senti cada uma das canções no coração. A primeira audição foi de olhos fechados no escurinho do cinema. A segunda deu-nos acesso às letras. E eu que já ouvira as palavras e percebera quase integralmente o que disseram (graças à atenção que uns olhos bem fechados permitem), quando li confirmei as que sabia terem conversado intimamente comigo. Não me interessa o que diz o gajo do Expresso. O meu amor é incondicional. A paixão amadureceu e vive. Viverá enquanto respirar. São a minha banda sonora. Salvaram-me. Cantaram a minha raiva, o meu desespero, a desistência que tantas vezes me espreitou e a esperança, a redenção, o persistir. Agora, cantam-me a fé, o balanço da vida, as quedas e as questões, a vontade de querer experimentar tudo o que for capaz, de continuar o espanto de estar viva. Pulsante. Caraças. Estou cheia de adrenalina! 

"Love and music. Comunication."

Thank you, Pearl Jam.

"The strangest tribe."

We are the love!

Weeeeeeeeeeeeeeee!


Adenda:

https://open.spotify.com/intl-pt/track/4WnQyfhJn0O0LY3SPlxReB (my song)

Oh palhaço!

Adorei este espectáculo

Amo as palavras, mas este(s) artista(s) consegue(m) comunicar connosco profundamente: com a banda sonora poderosa e a expressão corporal extraordinária.

Necessitamos de tão pouco para aceder à alegria.



 

quarta-feira, 10 de abril de 2024

APNEIA




Este livro falou directamente com a minha solidão maior. Com o meu inferno, com os demónios que devoraram a maior parte dos dias interiores. Pela primeira vez, senti-me inteira e incondicionalmente compreendida. Os livros sempre vieram em meu auxílio. Eis porque creio que eles me chamam da estante, desta vez, do colo que o transportava no comboio para ser emprestado a uma amiga. Sabia do que tratava, por isso, embora o tivesse desde 2020, quando foi lançado, adiei-o. Era agora e não antes que precisava de o ler. Era agora e não antes que precisava mais do que nunca de reler o que foi, para não permitir que o trauma regresse aos meus dias com a força destrutiva de um tsunami. Eis uma grande escritora que escreve o que não viveu com uma sensibilidade desarmante, com uma compreensão plena e livre de julgamentos, usando a imaginação para falar do que é. A escrita: poética e crua; graciosa e inclemente; revelando interpela. Isto existe. Infelizmente mais do que se quer ver. O lugar de fala pertence aos que ocupam o lugar em causa mas também àqueles que, nunca o tendo vivido, escolhem usar a sua voz para fazerem falar os amordaçados, para mostrarem os invisíveis. Agradeço (com o coração já cheio da esperança que recuperei com muito esforço, muita dor e desespero) à Tânia ter escolhido este tema, ter escolhido narrar esta história. Foi como receber um abraço e ouvir (com os meus ouvidos de criança crescendo): eu vejo-te, eu ouço-te, eu acredito em ti. Sem mas. Este livro destrói as muralhas de silêncio que se constroem à volta de quem conhece a violência doméstica. (A família é sacralizada e intocável e quem lhe tente escapar será proscrito.) Pela ficção faz a justiça aos sobreviventes que a realidade raríssimas vezes conseguirá. A sociedade não está preparada para lidar com personalidades psicopatas. As pessoas, as instituições, os familiares, os vizinhos, os colegas, as autoridades, a "justiça", não fazem por mal e tentam encaixar a sua humanidade num lugar vazio, onde apenas impera a manipulação. Não fazem por mal, mas também não fazem bem e ajudam, na sua ignorância, a perpetuar as agressões, afundando ainda mais as vítimas em vergonha, em culpa, em isolamento. Felizmente, o tipo de letra, a organização dos capítulos e o espaçamento deixam a respiração fazer-se, onde o que se lê priva, a cada parágrafo, do fôlego. Obrigada, Tânia. Nenhum agradecimento fará jus ao bem que me trouxeste. A minha noite mais escura está toda aqui. Liberto-me de vez. Ou mais uma vez. Todas as vezes que ainda precisar, porque citando o Variações «quero é viver!».


sábado, 23 de março de 2024

Contratos com a morte:

Compro bilhetes para concertos que serão daí a muitos meses com esperança que ela perceba que não me dá jeito falecer.

quinta-feira, 21 de março de 2024

«POBRES CRIATURAS»

Foda-se que filmaço. 

Que obra de arte maravilhosa para deixar a eventuais alienígenas, no futuro, para terem um vislumbre do que era a humanidade antes de se extinguir.

Palavras que me ocorrem na medida em que o filme continua comigo: mulher; corpo; liberdade; livre-arbítrio; viver; morrer; renascer; escolhas; sexo; prazer; alegria; felicidade; humanidade; compaixão; loucura; infância; família; aventura; tristeza; abandono; descoberta; encantamento; surpresa; autenticidade; intimidade; equidade; cinismo; destruição; cooperação; beleza; sociedade; vergonha; tabu; crueldade; dinheiro; poder; Deus; deuses; violência; manipulação; ironia; serendipidade; coragem; inocência; amor; cumplicidade; amizade; filosofia; existência; desejo; (lista em construção)

Os cenários, o modo como as cenas são dadas a ver, a cor, as distorções, as roupas, a banda sonora, os animais estrambólicos, as personagens, as cidades imaginárias ainda que com nomes conhecidos, o tempo que parece um passado futurista, tudo contribui para que o estranhamento se me tenha entranhado aos primeiros minutos. 

É avassalador em vários níveis. 

Encantatório. Trágico. Cómico. Vívido. Intenso. Inteiro.

Quero rever. 

Podendo, vejam no grande ecrã! 


"We must experience everything, Bella. This makes us whole."


https://www.imdb.com/title/tt14230458/?ref_=fn_al_tt_1

MERECIDÍSSIMO! https://www.youtube.com/watch?v=Q8urFpWdi9c

terça-feira, 12 de março de 2024

Filhos adorados da mãe: leiam, leiam, leiam. Antes do ódio, leiam. Escutem. Pensem pela própria cabeça! Antes de agir sintam como seria se fosse convosco.

 https://tintadachina.pt/produto/catarina-e-a-beleza-de-matar-fascistas/


«As palavras são poderosas, Catarina. Devias saber isso. Os discursos que ele escreveu, agora são leis. Amanhã serão artigos da Constituição. E onde é que começou? Na opiniãozinha.»


O lançamento será no dia 24-04-2024, às 21h30 na Culturgest.

A Tinta-da-china diz que haverá cravos e se cantarão as senhas da revolução.


segunda-feira, 11 de março de 2024

Quem ganhou?

O ódio. O voto dos que odeiam. Não me convence a conversa de que são os descontentes. Os que odeiam, discriminam, os que querem controlar a autodeterminação alheia, os que querem eliminar seres humanos que desaprovam, do seu mundo quadrado ou plano, onde só os próprios (os "de bem" e "da verdade") merecem o ar que respiram, os que sentem ter espaço para vir dizer em voz alta o que andaram a dissimular muito tempo. São esses, sim, os que elegeram 48 vozes execráveis que agora hão-de rosnar o seu ódio minando a democracia. Os descontentes podiam votar em branco e em alternativas menos odientas e odiosas. A liberdade que custou muitas vidas a chegar-nos, está em perigo. Está. Mas há sempre a esperança e a resistência. O Livre tem mais três deputados. A abstenção baixou. A liberdade encontrará sempre o seu caminho.

Fascismo nunca mais!

Adenda: Li uma crónica do Miguel Esteves Cardoso que me mudou a perspectiva. Tirou-me desta sensação pré-apocalíptica e devolveu-me algum discernimento. Chama-se O milhão do contra. (https://www.publico.pt/2024/03/12/opiniao/cronica/milhao-2083281) 

quarta-feira, 6 de março de 2024

 https://www.youtube.com/watch?v=d1acEVmnVhI

A quem escreve:

Encontrem quem vos leia primeiro que os outros.

Alguém em quem possam depositar a fragilidade e a escrita.

Quem não tenha medo de ser implacável com o que escreveram.

Só depois dessa leitura honesta, sem pancadinhas nas costas, o texto terá alguma hipótese de levantar voo.

A minha leitora primeira chama-se Susana Ladeiro e é parte vital do meu caminho como escritora.

É a melhor revisora/editora que conheço.

Tenho muita sorte.


https://www.youtube.com/watch?v=2oyZ9OM-neM



segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

Confesso:

Passei a última semana a dar nisto. Foi um ápice. Chiça penico que sabe bem variar o género, de vez em quando.